AGENDE UM HORÁRIO

Hoje em dia, as exigências feitas aos trabalhadores, para que estes sejam bem vistos e requisitados nos seus empregos ou ramo de atuação, só tendem a aumentar.

Explicando melhor, devido a uma série de avanços na nossa sociedade, as características requeridas na qualificação de um profissional são cada vez mais numerosas.

Neste sentido, parece que não é suficiente cumprir apenas as funções específicas que alguém se dispõe a exercer, mas diversos outros adjetivos necessitam estar presentes naqueles que buscam ser estimados em alguma atividade.

Sendo interessante perceber que estes decaem sobre diferentes esferas, como por exemplo, nos assuntos referentes ao caráter, a certos comportamentos, à capacidade de se relacionar…

Assim, um trabalhador, atualmente, além de fazer o que se propõe excelentemente, tem que saber conviver e produzir com os seus colegas, ser honesto, pontual, comprometido, organizado…

E ainda que esta lista aparente quase não ter fim, um atributo extremamente considerado e que merece destaque diz respeito à humildade de uma pessoa.

Basta notar que as questões relativas a ela são motivo de comentários de maneira recorrente quando ouvimos falar de um profissional, publicamente ou não.

Ressaltando que justamente pela sua relevância neste aspecto, a humildade muitas vezes representa ter um valor próximo da competência, no que toca ao reconhecimento de um serviço.

Isso porque a ausência dela pode diminuir ou até mesmo acabar com o mérito de uma realização, pois é possível ver que se algo for executado por quem não tem humildade, este sequer é digno de boas críticas.

Dessa forma, como é fácil reparar que essa característica tem grande importância em todos os meios, ela também será pertinente no da dança de salão.

Aliás, é capaz da humildade, por várias razões peculiares deste ramo (pessoais e profissionais), carregar um significado maior neste do que em qualquer outro.

A começar pelo fato de tal área carecer de uma regulamentação específica e oficial que classifique os seus trabalhadores e venha a indicar a aptidão deles.

Aí, observando que o sucesso nesta atividade depende de uma espécie de reconhecimento público não formal – conectada à questão dos elogios, conforme foi dito – a humildade é fundamental.

Junto a isso, ainda em relação á falta de parâmetros para categorizar seus profissionais, é cabível falar que quanto mais predicados estes possuírem, melhor.

Além de tudo, suponho que é comum a ideia de que a dança tem a chance de mexer com o ego daqueles que a praticam, o que nem sempre traz conseqüências positivas.

Por estes motivos, a humildade tem muito valor, e assim é interessante analisá-la, a fim de não se ter dúvidas ou confusões a respeito de como ela se apresenta.

Com este entendimento, colocando inicialmente o que esta não é, creio que deve ser mencionado que não adianta se dizer humilde, pois talvez esse seja o primeiro passo para não sê-lo.

Em palavras diferentes, provavelmente se auto proclamar humilde seria o começo de ir contra esta característica, (inclusive pelo risco de soar como “sou tão bom que sou até humilde”).

Ainda, ser humilde não significa não ter a consciência do seu mérito em alguma coisa – seja no aspecto profissional, comercial, etc. – e não agir de acordo.

Ou seja, se um trabalhador presta um bom serviço, sabe disso e toma atitudes consonantes (cobrando um preço condizente, exemplo), não é orgulho ou algo parecido, mas simplesmente inteligência.

Devido a isso, acredito que a humildade, em uma das acepções, está ligada ao tratamento que as pessoas têm umas com as outras levando em conta o que cada um é realmente.

Melhor dizendo, esta qualidade tem o sentido de oferecermos a mesma consideração a todos, sem observar certos atributos que não seriam totalmente relevantes.

Esclarecendo que é oportuno fazer apontamentos sobre isso no mundo da dança, pois neste, muitas vezes, o que acaba por ter maior estima é a dança, o que não é inteiramente correto.

Isso porque o saber, a experiência, ou o sucesso em tal atividade não têm a menor importância no momento de dar ou receber respeito, ou o que se relaciona a isto.

Lógico, a dança tem o seu valor, e quem a realiza bem merece reconhecimento, efetivamente, o que não corresponde a ser diferente com alguém que não possui uma noção profunda dela.

Até pelo motivo de neste meio haver aqueles que não dominam completamente esta arte, mas que são extremamente competentes nos demais âmbitos das suas vidas.

E mesmo se assim não fosse, cabe colocar que na verdade somos seres-humanos iguais, e devemos nos enxergar dessa maneira, independente se ocorrerá alguma troca imediata, ou de qualquer habilidade, fama…

Com tudo isso, é possível dizer que a humildade, no fim, é uma questão de bom senso, no sentido de vermos que pequenas modificações superficiais não podem influenciar minimamente nos assuntos que tocam a nossa convivência.

2 Comentários
  • Roberto Carlos Ferraz
    1:12 AM, 2 março 2016

    A humildade, algumas vezes, está disfarçada pelo ego. Como costumamos dizer: lobo em pele de cordeiro

    • Giuliano Zampieri
      3:56 AM, 1 abril 2016

      Verdade, né Roberto. E quando vem disfarçada, por não enxergarmos imediatamente, é pior ainda!

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