AGENDE UM HORÁRIO
Dança de Salão

A DANÇA DE SALÃO E A HUMILDADE

Hoje em dia, as exigências feitas aos trabalhadores, para que estes sejam bem vistos e requisitados nos seus empregos ou ramo de atuação, só tendem a aumentar.

Explicando melhor, devido a uma série de avanços na nossa sociedade, as características requeridas na qualificação de um profissional são cada vez mais numerosas.

Neste sentido, parece que não é suficiente cumprir apenas as funções específicas que alguém se dispõe a exercer, mas diversos outros adjetivos necessitam estar presentes naqueles que buscam ser estimados em alguma atividade.

Sendo interessante perceber que estes decaem sobre diferentes esferas, como por exemplo, nos assuntos referentes ao caráter, a certos comportamentos, à capacidade de se relacionar…

Assim, um trabalhador, atualmente, além de fazer o que se propõe excelentemente, tem que saber conviver e produzir com os seus colegas, ser honesto, pontual, comprometido, organizado…

E ainda que esta lista aparente quase não ter fim, um atributo extremamente considerado e que merece destaque diz respeito à humildade de uma pessoa.

Basta notar que as questões relativas a ela são motivo de comentários de maneira recorrente quando ouvimos falar de um profissional, publicamente ou não.

Ressaltando que justamente pela sua relevância neste aspecto, a humildade muitas vezes representa ter um valor próximo da competência, no que toca ao reconhecimento de um serviço.

Isso porque a ausência dela pode diminuir ou até mesmo acabar com o mérito de uma realização, pois é possível ver que se algo for executado por quem não tem humildade, este sequer é digno de boas críticas.

Dessa forma, como é fácil reparar que essa característica tem grande importância em todos os meios, ela também será pertinente no da dança de salão.

Aliás, é capaz da humildade, por várias razões peculiares deste ramo (pessoais e profissionais), carregar um significado maior neste do que em qualquer outro.

A começar pelo fato de tal área carecer de uma regulamentação específica e oficial que classifique os seus trabalhadores e venha a indicar a aptidão deles.

Aí, observando que o sucesso nesta atividade depende de uma espécie de reconhecimento público não formal – conectada à questão dos elogios, conforme foi dito – a humildade é fundamental.

Junto a isso, ainda em relação á falta de parâmetros para categorizar seus profissionais, é cabível falar que quanto mais predicados estes possuírem, melhor.

Além de tudo, suponho que é comum a ideia de que a dança tem a chance de mexer com o ego daqueles que a praticam, o que nem sempre traz conseqüências positivas.

Por estes motivos, a humildade tem muito valor, e assim é interessante analisá-la, a fim de não se ter dúvidas ou confusões a respeito de como ela se apresenta.

Com este entendimento, colocando inicialmente o que esta não é, creio que deve ser mencionado que não adianta se dizer humilde, pois talvez esse seja o primeiro passo para não sê-lo.

Em palavras diferentes, provavelmente se auto proclamar humilde seria o começo de ir contra esta característica, (inclusive pelo risco de soar como “sou tão bom que sou até humilde”).

Ainda, ser humilde não significa não ter a consciência do seu mérito em alguma coisa – seja no aspecto profissional, comercial, etc. – e não agir de acordo.

Ou seja, se um trabalhador presta um bom serviço, sabe disso e toma atitudes consonantes (cobrando um preço condizente, exemplo), não é orgulho ou algo parecido, mas simplesmente inteligência.

Devido a isso, acredito que a humildade, em uma das acepções, está ligada ao tratamento que as pessoas têm umas com as outras levando em conta o que cada um é realmente.

Melhor dizendo, esta qualidade tem o sentido de oferecermos a mesma consideração a todos, sem observar certos atributos que não seriam totalmente relevantes.

Esclarecendo que é oportuno fazer apontamentos sobre isso no mundo da dança, pois neste, muitas vezes, o que acaba por ter maior estima é a dança, o que não é inteiramente correto.

Isso porque o saber, a experiência, ou o sucesso em tal atividade não têm a menor importância no momento de dar ou receber respeito, ou o que se relaciona a isto.

Lógico, a dança tem o seu valor, e quem a realiza bem merece reconhecimento, efetivamente, o que não corresponde a ser diferente com alguém que não possui uma noção profunda dela.

Até pelo motivo de neste meio haver aqueles que não dominam completamente esta arte, mas que são extremamente competentes nos demais âmbitos das suas vidas.

E mesmo se assim não fosse, cabe colocar que na verdade somos seres-humanos iguais, e devemos nos enxergar dessa maneira, independente se ocorrerá alguma troca imediata, ou de qualquer habilidade, fama…

Com tudo isso, é possível dizer que a humildade, no fim, é uma questão de bom senso, no sentido de vermos que pequenas modificações superficiais não podem influenciar minimamente nos assuntos que tocam a nossa convivência.

Dança de Salão

AS DUALIDADES NA DANÇA DE SALÃO

dual

Praticamente todas as esferas da nossa vida apresentam aspectos duais de alguma forma.

Ou seja, várias situações pelas quais passamos têm dois ou mais enfoques, significados, sentidos, e acarretam conseqüências desta mesma maneira.

Sendo que por este tema ser realmente complexo e já ter sido amplamente estudado, há incontáveis apontamentos a fazer sobre ele, tanto no que diz respeito ao que é observado quanto ao modo de observar.

Por exemplo, diversas coisas que se mostram concretas em um ponto de vista serão menos claras ou definidas em outro, podendo precisar até de um pensamento abstrato para serem enxergadas.

Além disso, ainda que algo aparente ser polar ou extremo, este é capaz de possuir muito do lado contrário, se forem consideradas análises distintas ou de maior profundidade.

Há também certas ocasiões que detêm um grande número de fatores, e por este motivo são suscetíveis de provocar dois tipos de sentimentos, os quais têm a possibilidade de serem contraditórios, inclusive.

E trazendo tudo isso para dança de salão, é interessante supor que justamente a soma destes itens que fazem dela a atividade única e especial que é.

Isso porque seria a junção de tais ambigüidades que causariam um aumento de consciência e percepção, o cumprimento de um objetivo, a satisfação, o crescimento, a evolução…

Basta notar que nesta arte serão recorrentes palavras que indicam uma combinação positiva de elementos, como: sincronia, sintonia, harmonia, colaboração, equilíbrio, encaixe, etc.

Apenas comentando algumas destas dualidades, seria pertinente começar falando que a dança trabalha tanto o lado físico quanto o ligado às questões imateriais do ser-humano.

Nessa compreensão, ela é capaz de ser uma coisa totalmente espiritual, transcendental ou artística, e um caminho das pessoas se conectarem a algo divino, superior ou passarem por vivências assim.

Todavia, em contraposição a isto, a dança jamais esquece que precisamos do nosso corpo para exercê-la, considerando que este também tem as suas necessidades, regras, vontades e prazeres, e que ele é o meio de chegar nas referidas experiências.

Próximo a esta ideia, caberia dizer que a dança mexe com o pensar e com o agir, porque a existência dela depende do funcionamento de tais esferas em consonância.

Dentro deste sentido, ela faz com que ocorra um desenvolvimento da consciência sobre vários fatores, como a si mesmo, aos outros, à determinadas situações…

Apesar disso, a dança mostrará que juntamente com este aumento de percepção, são necessárias as atitudes, ressaltando que ela de muitas formas impulsionará os seus praticantes a isso.

Ainda, por englobar inúmeros aspectos, a dança de salão é uma atividade social, e devido a isto traz incontáveis tipos de ensinamentos neste âmbito.

Esclarecendo um pouco este ponto, é oportuno mencionar que nem sempre estará definido quem irá proporcionar ou ganhar mais nas trocas que acontecem.

Explicando melhor, observando que na dança temos a possibilidade de oferecer algo bom a alguém e ter o conhecimento e a sensação disso, para ilustrar, não tem como identificar o maior beneficiado nessa questão.

Ou quando adquirimos certa experiência nela e podemos transmiti-la, e levando em conta que o ato de instruir causa infinitos aprendizados, é impossível saber quem tem a principal lição nisto, se é o orientador ou o aprendiz.

Inclusive nas matérias técnicas, ligadas às movimentações e ao que se relaciona à realização e a visualização destas, as ambigüidades serão detectadas.

Por exemplo, mesmo que alguém execute um passo que represente ter leveza ou suavidade, este é capaz de estar fazendo grande força para passar isso, e o contrário também é verdade.

E uma das dualidades mais complexas nesta atividade – que tem a chance de ser percebida logo no princípio – vem do fato dela ser praticada em pares, por pessoas de gêneros e atribuições diferentes.

Somente nisto vê-se que o número dois estará presente, pois isso significa a junção de indivíduos com objetivos iguais, que é o de transformar ações diversas em uma só.

Sendo que para isto ocorrer, os envolvidos têm um acordo inicial de que irão exercer as suas respectivas funções, que no caso seria, resumidamente, uma de conduzir e outra de responder a isso (ou quaisquer termos que indiquem algo neste aspecto).

Em um sentido físico ou direto, é possível constatar que caberiam a cada um as suas incumbências específicas, tanto para a dama quanto para o cavalheiro.

Salientando que se isto for examinado sob uma perspectiva polar, é admissível dizer que tais tarefas são completamente distintas e perfeitamente definidas.

Assim, nesta visualização imediata, certas palavras do tipo: escolha, decisão e ação terão maior compatibilidade com o cavalheiro; e as que sugerem coisas como beleza, leveza, reação corresponderiam às obrigações da dama.

No entanto, analisando tudo isso, nota-se que a fim de se ter uma condução satisfatória, será preciso que o cavalheiro aja com sensibilidade, delicadeza e suavidade, expressões que combinariam com a parte da mulher.

E para ser bem conduzida e ter uma boa resposta é necessário força, resistência, atenção, concentração e atitude, características que aparentam se adequar melhor com o lado contrário.

Ou seja, já neste ponto, mesmo que os papéis da dama e do cavalheiro se mostrem claros e exatos, estes podem não ser dessa forma em sua totalidade, tendo em vista que vários dos deveres são mútuos e menos delimitados.

Ressaltando que é interessantíssimo enxergar, em uma ótica ampliada a respeito da própria condução e resposta, que estas são capazes de serem observadas de modos diferentes,

Isso porque, antes de tudo, é a mulher que optou ir em um ambiente de dança de salão e se predispôs a aceitar essa “regra” de deixar-se ser tocada e levada.

Então, ainda que no ato da condução a palavra escolha coubesse mais ao cavalheiro, foi a dama que escolheu que fosse assim desde o princípio (e leva aquele a isso), o que traz dúvidas sobre qual é a parte que conduz a situação como um todo..

Finalizando tal assunto das dualidades – com a consciência de que este realmente não tem fim – seria oportuno colocar que a dança de salão, à sua maneira e dentro do que ela se propõe, materializaria até a solução perfeita dos problemas do nosso mundo

Este pensamento é o de que sempre o certo a fazer é cada um procurar o melhor para si, o que irá ocorrer somente se for buscado o que é melhor para o outro também.

Dança de Salão

A DANÇA DE SALÃO E O EGO

ego

Buscar entender as questões envolvidas com aquilo que chamamos de “ego” sempre trará boas conseqüências para nós.

Certamente isso fará com que tenhamos um aumento de consciência, o que irá ocasionar uma melhoria de vida e ajudará na própria evolução da humanidade, em uma visão ampliada.

Sendo que isto explica o motivo deste assunto ser objeto de estudo em diversos círculos, além de esclarecer o fato do ego possuir inúmeras descrições e formas de ser observado.

Por exemplo, há o meio acadêmico (composto pelos psicólogos, psiquiatras, filósofos…) que explora este tema de um modo científico; existem os espiritualistas, que têm o seu olhar peculiar sobre ele…

Não obstante a isso, como tudo que circunda as matérias referentes ao ego faz parte do dia a dia, este é capaz de ter uma maneira mais simples e informal de ser conceituado.

Assim, tendo em vista que o significado de maior importância se daria neste sentido no momento, antes de ligá-lo à dança seria oportuno tentar oferecer uma definição dele em tal concepção.

Nesse discernimento, acredito que é cabível interpretar o ego como a idéia que temos de nós mesmos, como se tivéssemos outra pessoa internamente com a qual nos comunicamos.

Desta compreensão, poderíamos concluir que esta auto-noção é fundamental para que consigamos viver neste mundo, pois é ela que faz com que possamos nos enxergar, tomar atitudes, conviver…

É isso que possibilita a relação conosco e com os demais, porque é do diálogo com esse “eu interno” que surgem os sentimentos e pensamentos, e em decorrência destes, as nossas ações.

No entanto, apesar de tudo, há percepções a respeito do ego que são suscetíveis de se tornarem confusas, e é este ponto que merece maiores comentários ao conectá-lo à dança de salão.

Ressaltando que saber lidar com tais assuntos é indispensável para quem quer evoluir nesta ou em qualquer área, observando que é comum ouvir histórias de alguém que passou por situações ruins devido a estes.

Além disso, considerações referentes ao ego são pertinentes porque é admissível supor que seja recorrente a ideia de que a dança pode mexer com este, e nem sempre de uma forma positiva, infelizmente.

E se fosse o caso de procurar esclarecer as razões destas questões acontecerem nesta atividade, elas não seriam difíceis de serem detectadas e explicadas.

Para ilustrar, é possível dizer a dança propicia experiências indescritíveis, as quais só serão vivenciadas e entendidas pelos que integram este mundo.

Ou seja, ela realmente oferece às pessoas um sentimento destas serem especiais e únicas, o que traz o risco de pensarem que são diferentes das demais em um sentido até de se acharem superiores, de certa maneira.

Junto a isso, em ambientes de dança, esta proporciona um destaque ou uma evidência, o que acarreta aos que dançam uma atenção e admiração distinta em relação a alguém que não dança ou não detém tanto conhecimento dela.

Este cenário faz com que aqueles tenham as suas qualidades reforçadas, e aí, quem é inteligente ficaria mais inteligente, quem é bonito ficaria mais bonito…

Ainda, outra circunstância que geraria algo assim ocorre quando há um progresso nesta arte, pois como ela geralmente tem grande valor para os seus praticantes, talvez não exista estímulo maior para o ego destes ao saberem que a realizam muito bem.

Com tudo o que foi dito, os que fazem parte da dança correm o risco de adquirirem uma ideia um pouco exagerada delas próprias, e é esse pensamento que se reflete em atos que atrapalham a convivência.

Inclusive há a possibilidade de uma pessoa vir a passar por problemas devido a um conceito excessivamente elevado de si e culpar o ego dos demais por isto, sendo que na verdade apenas o dela é que teria sido ferido.

Por estes motivos, é importante conseguir trabalhar com as questões inconvenientes sobre o nosso ego, no sentido de identificar estas e encontrar uma maneira de solucioná-las.

Entretanto, acredito que não existe uma receita ou um método perfeito para tanto, tendo em vista que não há um roteiro a seguir que levará a uma resolução total.

E o pior é que só podemos perceber algo negativo nesse ponto nos momentos que já estamos envolvidos com isso, e ainda, que o ego possui inúmeras complexidades que têm a chance de causar confusões.

Desse modo, creio que o único jeito de crescer em tal esfera se dará somente se tivermos muita atenção, e procuramos em todos os instantes nos auto-observar.

Neste raciocínio, seria interessante fazer da dança, além de tudo, um meio para progredir nisso também, com o mesmo cuidado que temos quando buscamos avançar na sua técnica.

Se isso ocorrer, certamente ela ocasionará uma evolução no ser-humano de uma forma mais completa, e talvez seja este o seu melhor e principal fim.

Dança de Salão

UMA MÚSICA – FRIA LIÇÃO

O texto abaixo será melhor compreendido se a música Fria Lição, composta e cantada por Jorge Aragão, for escutada anteriormente.
 
Fria Lição
Jorge Aragão
Fizeram tanta coisa pra nos ver sofrer
Contaram tanta história de mim pra você
Brindaram nosso drama
Ao som da nossa valsa
Uma platéia fria, tão falsa
Mas o pior de tudo é que ficamos sós
Ouvindo uma canção que falava de nós
Armaram uma trama
Trocaram nossa valsa
Uma platéia fria, tão falsa
 
Bem que te avisei que no nosso abraço
Tinha um coração fora do compasso
Mas, você nem ligou
Bem que te avisei que no nosso abraço
Tinha a mão do mal desatando o laço
e não deu outra foi o fim
 
no gravador do meu telefone
a sua voz embargada 
De pavor
Pede clemência
Jura inocência
com minha ausência
Diz que aprendeu a dar valor

 

 

Procurar ter uma relação mais profunda com a música é essencial para quem dança, porque certamente isso fará com que estes realizem a sua atividade de uma forma ainda melhor.

Por este motivo, todo o tempo disponibilizado para ouvir uma música é bem aproveitado, tendo em vista que tal ação pode fazer com que elementos relevantes sejam identificados.

Neste sentido, tem muito valor conseguir perceber, por exemplo, qual é o assunto tratado na música, como ela fala deste, que emoções são trazidas, qual atmosfera é transmitida…

Alguns destes fatores influenciarão diretamente na maneira de dançar, e outros, por terem maior sutileza, irão servir para aumentar a consciência sobre a música, o que tem grande significado.

Com esse pensamento, uma música que realmente vale a pena observar é a que abre este texto (Fria Lição, de Jorge Aragão), pois ela oferece vários pontos interessantes de serem notados.

Nela, além das figuras de linguagem apresentadas, o que de mais genial a ser visto é a conexão criada entre os sentimentos que são colocados e o modo que estes são expressados.

Ou seja, o conteúdo desta música, juntamente com a sua interpretação e execução, parecem estar em completa consonância entre si, causando, neste aspecto, uma impressão de harmonia em toda ela.

E isto é feito através de uma história bastante simples, que diz respeito a um casal que se separou devido a comentários que terceiros estavam fazendo do seu relacionamento.

Explicando melhor, a música se passa como se um homem contasse a trajetória do seu namoro ou casamento, o qual terminou em razão da sua parceira supostamente ter acreditado em mentiras que foram ditas.

Sendo possível deduzir que posteriormente ela se arrependeu de ter agido assim (pois teria descoberto a verdade), e veio a ligar para o seu ex, dizendo desesperadamente que aprendeu a valorizá-lo.

Analisando um pouco mais minuciosamente esta música, vê-se que ela tem três divisões, e na primeira destas o autor começa discorrendo sobre os boatos que outros faziam dele à sua companheira.

Neste início, com uma linguagem ornamentada e não tão direta, é feita a narração dos fatos, onde é perceptível uma tristeza na voz do cantor, acompanhada de alguma calma ou tranquilidade, talvez por apenas estar relatando acontecimentos que já passaram.

Na segunda parte, o ocorrido continua a ser descrito, chegando a parecer (na minha compreensão) que, de forma extremamente sutil, é colocado até um tom espirituoso nesta estrofe.

O que causa essa impressão é a frase que abre este momento (“… bem que te avisei”) a qual soa levemente como uma finíssima desforra, observando que poderia significar que o autor sabia que estava com a razão e reafirmava que as intrigas citadas não mereciam crédito.

Junto a isso, há o desenvolvimento da música, com o crescimento dos instrumentos musicais, estando entre estes a cuíca, que aparenta dar certo humor ao que é falado.

E na terceira parte – seguramente a mais tocante e sentimental de todas – é transmitida a sensação do sofrimento da mulher, que viu que o que era dito era mentira.

Em tal instante, conta-se que ela ligou para o seu ex e, presumivelmente, tentou reatar com este por ter enxergado que eram falsas as referidas alegações e por sentir a sua ausência.

É interessante ver, neste final, que uma atmosfera sombria é elaborada, a qual é construída pelas notas musicais e pela maneira que a música vem a ser interpretada.

Isso começa já na segunda parte quando a palavra “fim” é colocada, indicando que algo mais triste e obscuro viria, demonstrando, provavelmente, o estado de espírito da mulher na ocasião.

Podendo ser visto que o ponto alto disso ocorre nos momentos que são feitas determinadas entonações no modo de cantar, que corresponderiam ao jeito que ela conversava ao telefone (especialmente nos termos “inocência”, “clemência” e “ausência”).

Esta ênfase, ocasionada por uma voz aguda, que representa estar saindo com dificuldade, imita a fala de uma pessoa que estaria chorando, com um nó na garganta ou coisa semelhante, exatamente como é enunciado na frase: “…a sua voz embargada de pavor.”.

Por fim, é oportuno mencionar, novamente, que todos estes itens comentados foram compostos com extrema inteligência, pois neles há a tradução perfeita dos sentimentos de uma história em forma de música.

Cabendo dizer que o que foi exposto possivelmente não altere uma dança tão visivelmente, de início, até porque esses elementos não são fáceis de serem notados em uma primeira ouvida.

No entanto, músicas como esta é que inspirariam os dançarinos a tentar fazer o mesmo que ela fez, que no caso destes, seria a transformação ideal das emoções em movimentos.

Em resumo, pelo fato da música ter um papel de grande relevância na dança, a percepção de fatores brilhantes deste tipo talvez é que façam alguém ter a verdadeira vontade de dançar, se orgulhar ainda mais de praticar esta atividade, e buscar realizá-la de uma maneira cada vez melhor.

Dança de Salão

A DANÇA DE SALÃO E A INTERNET

Internet

É comum ouvir falar que estamos vivendo na “era da informação”, pois nunca uma quantidade tão grande de conhecimento esteve disponível da forma que vemos hoje.

E o que ocasionou isso foram os avanços tecnológicos ocorridos nestes últimos tempos, estando entre estes, talvez em primeiro lugar, o surgimento da internet, que fez com que o saber ficasse extremamente fácil de ser acessado.

Este, por sua vez, é referente a praticamente todos os assuntos que poderiam ser citados, estando entre eles inclusive os que são sobre a dança de salão.

Então, é possível ver no momento, que tem muito material a respeito desta atividade na internet – em sites como o youtube ou semelhantes – o qual está em diversos formatos, do tipo aulas, demonstrações, explicações…

Cabendo dizer que a internet em si não inventou nada de novo para a dança de salão, no sentido de técnica, metodologia ou algo do gênero, apenas facilitou a divulgação do que já existia e era praticado.

O que comprova isso é o fato de que, mesmo o que foi produzido em um período anterior a ela (como inúmeros vídeos-aulas, por exemplo) foi parar lá, ficando acessível para quem quiser olhar.

Sendo pertinente observar que é provável que este modo de disseminar tal conhecimento só aumente, considerando que a cada dia cresce o número de informações na internet e até um conteúdo próprio para ela é gerado.

Basta notar que em qualquer apresentação de dança, seja na ocasião que for (aulas, bailes, espetáculos) lá estão os celulares filmando, com grandes chances disso ser colocado na internet.

Tudo isso, logicamente, mexeu e continuará mexendo com a dança de salão em vários aspectos, e por esta razão é interessante ver o que de positivo e negativo isso trará.

Inicialmente, penso que a tecnologia (ou a vinda da internet, especificamente) é capaz até de acarretar, futuramente, um crescimento na dança de salão.

Primeiro porque esta “nova” forma de se comunicar vêm colaborando para que a necessidade de se deslocar diminua cada vez mais a fim de fazer alguma coisa, seja trabalhar, comprar, se divertir, estudar, etc.

Por causa disso, a dança, além de tudo, viria a ser um motivo para as pessoas efetivamente saírem de casa, visto que ela apresenta um ambiente que proporciona fatores essenciais aos seres – humanos, como a recreação, socialização, um exercício físico…

Junto a isso, a internet pode fazer com que o ensino da dança de salão fique ainda mais fácil, pois ela está contribuindo na divulgação desta atividade e da sua técnica.

Apenas neste ponto, o que merece maiores considerações é o modo de aprendizagem feito através deste meio, tendo em vista que há itens relevantes a serem analisados para que ele se dê da melhor maneira.

Para começar, acredito que não tem problema em aprender com a ajuda da internet em um primeiro momento, e que não tem nada de errado nisso, observando que se a informação for boa, não importa como ela vem.

Essa idéia é apoiada por vários professores, excelentes e renomados, que falam abertamente que aprenderam bastante assistindo a vídeos-aulas ou a filmes sobre dança (o que praticamente é o mesmo).

Além disso, muitos destes também são autores de materiais de dança de salão, os quais foram produzidos antes do surgimento da internet ou justamente para ela.

Assim, talvez o principal cuidado a ter, neste sentido, é o de verificar o conteúdo utilizado para aprender, a fim de ver se este é de qualidade e elaborado por profissionais capacitados.

Em tal aspecto, uma das medidas a serem tomadas, para ilustrar, é a de procurar se informar sobre quem está fazendo o vídeo, para se certificar que este realmente tem propriedade para estar ensinando.

E ainda nesse assunto, acho interessante dizer (e não só para defender, convenientemente, a figura do professor de dança) que não obstante ao que foi colocado, jamais a presença física de uma pessoa transmitindo esta arte será capaz de ser substituída.

Isso porque a dança é uma atividade muito complexa, que possui inúmeros fundamentos e especificidades – os quais não são meramente técnicos – que precisam ser analisados particularmente por alguém que verdadeiramente entende dela.

Creio que somente um professor, com o seu conhecimento e experiência, irá enxergar, por exemplo, o motivo de algo não estar dando certo e saber como este pode ser feito do melhor jeito, vendo, caso a caso, todas as matérias que são relativas à dança.

Dessa forma, com o que foi exposto, suponho que a internet é mais um dos meios que ajudam na evolução da dança de salão, só necessitando de inteligência para ser usada, pois igual a tudo, ela traz alguns pontos excelentes e outros que merecem maior atenção.

 

Dança de Salão

“TODA MULHER GOSTA DE UM HOMEM QUE SABE DANÇAR…”

(E todo homem também gosta de uma mulher que sabe dançar. O título só foi escrito assim por talvez ser esta disposição mais comum dessa frase).

 

Parece que existe uma tendência natural das pessoas gostarem mais facilmente de quem sabe dançar, seja homem ou mulher.

E os motivos que levam a isso são inúmeros, os quais decorrem da dança, de maneira imediata, ou pelo que ela proporciona de forma um pouco menos direta.

Primeiramente, aqueles que dançam geralmente vivem com uma alegria maior e são excelente companhia em ambientes de dança, pois deixarão estes mais simpáticos para todos à sua volta.

Junto a isso, a dança propicia uma melhora nos relacionamentos, aflora o lado artístico, ajuda os seus praticantes a adquirirem uma série de características interessantes, como a segurança, a determinação, postura…

Essas qualidades e incontáveis outras fazem com que os que dançam realmente se tornem diferentes dos demais, ficando especiais sob vários aspectos.

No entanto, tudo que foi colocado (que já tinha sido resumido na idéia do título) traz consigo um raciocínio que serve para incentivar o aprendizado da dança ou causar o efeito contrário.

Em outras palavras, o pensamento de que todo mundo gosta de quem sabe dançar gera a vontade de evoluir nesta atividade, ou de desistir dela justamente por isso.

Tal fato se dá porque os que querem ter esta habilidade irão procurar meios de atingir esse objetivo, e a fim de se desenvolverem, começarão a freqüentar locais onde a dança estará presente (como bailes, escolas…).

Só que nestes lugares, a dança tem um significado semelhante para todos que lá estarão, o que faria com que aqueles que não sabem muito sobre ela vivenciem situações desnecessárias.

Explicando melhor, em espaços próprios e específicos de dança, quase sempre o que tem maior consideração é a dança, e isso acarretaria o risco de fazer com que os iniciantes passem por momentos que não deveriam por estarem nesta etapa.

É possível, por exemplo, que estes sejam tratados diferentemente em relação aos que já têm um conhecimento da dança, e assim, venham se sentir menos bem recebidos ou não tão valorizados.

Sendo importante dizer que tudo que ocorre quando se está no começo do processo de aprendizagem ganha um peso maior, pois os recém-chegados estão tendo as primeiras noções desta atividade.

Por esta razão, e pelo fato destes estarem experimentando coisas totalmente novas – o que geralmente traz insegurança – os acontecimentos nesta fase são capazes de serem sentidos e avaliados de forma mais intensa que a normal.

Ressaltando que até mesmo para evitar desistências, é este o período em que os iniciantes precisariam de um cuidado especial e serem, como nunca, encorajados e incentivados.

Lógico, aprender a enfrentar tais empecilhos tem que ser visto como um dos ensinamentos a serem obtidos com a dança, porque eles também fazem parte do processo e, de certa maneira, proporcionam uma evolução.

Entretanto, nem todos estarão preparados para superar tudo isso e irão querer ficar em um ambiente onde sabem que, até o momento, não têm a principal característica que dá estima as pessoas.

Ou pode ser que nem tenham, ainda, adquirido essa visão, a qual faria estes compreenderem completamente a situação e conquistarem a força de vontade necessária para vencer algo que não esteja de acordo.

Cabendo mencionar, finalmente, que os assuntos referentes aos novos são extremamente relevantes, pois estes têm a mesma importância que os antigos na dança.

Isso porque eles são o futuro desta atividade em vários sentidos, tanto para fazer parte do público dela quanto para buscarem ser os seus próximos profissionais.

Se houver uma boa recepção, e todos se sentirem bem na dança desde o início, certamente haverá a permanência das pessoas por mais tempo nesta arte, e uma comunidade dançante cada vez maior e melhor será criada.

Dança de Salão

OS CASAIS NAS AULAS DE DANÇA DE SALÃO

Lógico que não é porque duas pessoas estão em um relacionamento que elas são obrigadas a dançar – ou aprender a dançar – somente uma com a outra.

No entanto, fazer aulas de dança com quem se está casado, namorando (ou em situações semelhantes) geralmente é uma boa experiência, e traz até vantagens em certos pontos.

Já de início, isto resolve um dos principais problemas da dança de salão, que é o de ter par para dançar, pois como cada um vem com o seu não tem o risco de faltar.

Além disso, a dança de salão apresenta um ambiente capaz de dar um colorido diferente à vida do casal, fazendo bem a este dentro e fora deste universo.

Ir à aula em casal significa, por exemplo, que os dois disponibilizaram um tempo para estarem juntos, em uma atividade na qual evoluirão conjuntamente.

Sendo que na dança de salão há, ainda, um incentivo de melhorar a si próprio e procurar ser o mais agradável possível ao outro, o que também traz conseqüências positivas.

Porém, mesmo com tudo de bom que a dança proporciona, pelo fato de nela se buscar progredir constantemente, há ocasiões que precisam de uma atenção maior.

Isso porque no processo de aprendizagem necessariamente existirão obstáculos a serem transpassados, e para que a dança continue vindo a favor do casal – de uma maneira sempre produtiva – certos cuidados devem ser tomados.

Neste pensamento, uma das razões que torna indispensável este tratamento distinto ocorre devido à intimidade que o casal tem, a qual ajuda muito nas etapas de desenvolvimento ou faz justamente o contrário.

Primeiro que esta intimidade é construída pela convivência fora da dança, o que fará com que todos os aspectos desta relação (tanto os bons quanto os não tão bons) sejam trazidos para este mundo.

Ela deixará, para ilustrar, as pessoas mais tranqüilas e relaxadas com o seu par desde o princípio, permitindo que fiquem mais a vontade para tomar atitudes que venham a colaborar nas questões relativas à dança.

Todavia, esta mesma intimidade, em alguns casos, fará com que a cautela ao tratar o seu parceiro se afrouxe um pouco demais, acarretando ações realizadas com menos tato do que deveria.

Isso geraria, sem querer, sentimentos desnecessários, os quais fariam com que os itens que precisam ser vencidos, sejam enfrentados com mais este embaraço.

Junto a isso, cabe observar também, ao aprender em casal, que a dança é uma atividade que provoca grandes sensações, e que muda a visão aos seus praticantes sobre vários assuntos.

Explicando melhor, a dança, por inúmeros motivos, traz muita vida consigo, e isso faz com que emoções verdadeiramente intensas sejam despertadas.

E pelas matérias contidas nela, os seus praticantes tendem a adquirir uma consciência e uma percepção especial sobre alguns aspectos, como a música, o seu parceiro, a si próprio…

Assim, com as emoções ocasionadas, juntamente com esta sensibilidade que é ensinada, é capaz de que as situações vivenciadas na dança sejam potencializadas e vistas de uma maneira ampliada.

Melhor dizendo, a própria dança pode fazer com que o que for vivido dentro dela passe a ser enxergado de uma forma romantizada ou até mesmo um pouco exagerada.

Tal fato não é ruim, pois são esses os elementos que propiciam os benefícios no relacionamento, tendo em vista que eles possibilitam às pessoas sentirem ou perceberem o que não sentiam ou percebiam anteriormente.

Entretanto, é capaz de que o casal, frente às dificuldades, considere estas como maiores do que realmente são, e reajam de um modo além do que seria adequado.

Faria, por exemplo, com que a vontade de evoluir – que freqüentemente já é grande – seja aumentada, ou a paciência e a compreensão – que são sempre fundamentais – fiquem menores, surgindo disso conseqüências dispensáveis.

Enfim, a dança é um excelente meio para que os casais fortaleçam ainda mais a sua união, pois estes estarão realizando algo que proporciona vários ganhos em muitos sentidos.

É preciso somente ter a serenidade e sabedoria para aproveitar o que ela tem de bom e conseguir superar qualquer fator que tenha que ser mais bem trabalhado.

Dança de Salão

A MOTIVAÇÃO PARA TRABALHAR COM DANÇA DE SALÃO

 

Talvez o ser–humano não tenha alcançado, até o momento, um nível de conhecimento suficiente para entender a si próprio por inteiro.

Por esta razão, os verdadeiros motivos que geram determinados atos nem sempre estarão completamente em evidência ou serão identificados e compreendidos facilmente.

Neste pensamento, até inconsistências podem ser percebidas, as quais dizem respeito ao porquê de certas atitudes serem tomadas e a consciência disto.

É possível, para ilustrar, que uma pessoa, mesmo estando convicta sobre as causas que a fizeram proceder de algum modo, descubra após nova análise que estava equivocada quanto a isso.

E é capaz de que alguém, no intuito de encontrar justificativas a fim de fazer o que quer, venha a criar argumentos nobres, bonitos, profundos ou superiores, ainda que estes não sejam autênticos.

Dessa forma, é cabível falar que, como o que nos move, muitas vezes, é difícil de ser definido com exatidão, isto tem a chance de não se adequar dentro de certos julgamentos ou avaliações (por exemplo, se uma ação é correta ou não).

Então, provavelmente não adiantaria – ou sequer seria necessário -grandes explicações referentes ao motivo de se escolher trabalhar com qualquer coisa, inclusive com a dança.

Ou seja, para ser um profissional desta arte basta querer e agir de acordo, sem que se precise esclarecer o que suscitou essa opção ou tentar racionalizá-la (aliás, a dança em si nem exige, e até dispensa isso, em várias situações).

Não obstante a tudo o que foi colocado, é interessante notar que é fundamental que algo interior maior esteja presente em quem deseja ser um trabalhador deste meio ou viver nele intensamente.

Em outras palavras, seguramente o “trabalhar com dança” tem que ter um significado diferente para que alguém resolva se aprofundar nisso, pois sem tal elemento não haveria maneira de prosseguir neste ramo por muito tempo.

Lógico, a dança traz consigo coisas realmente boas de serem adquiridas, como o dinheiro, o destaque, o sucesso ou qualquer desdobramento desse tipo.

Salientando que é impossível dizer que a questão da remuneração, especificamente, não é importante, observando que sem isso não teria como ser um profissional desta área.

No entanto, ainda que a dança venha a propiciar tais itens – os quais são muito bem vindos – sem dúvida estes não serão suficientes (mesmo porque se eles fossem a principal motivação, acredito que haveria meios melhores de obtê-los).

Para viver e trabalhar com a dança, esta, inexplicavelmente, tem que causar alguma emoção que faça uma pessoa ver que ela é o caminho a ser seguido.

Só tendo esta sensação – que pode ser chamada de paixão ou coisa semelhante – é que os fatores ou as características imprescindíveis surgirão para persistir nela sempre, com o que ela continuamente proporcionará.

É com isso, por exemplo, que irá ser adquirida a força, a coragem ou a paciência para enfrentar o ambiente profissional da dança de salão, o qual, às vezes, não é fácil.

Será esse agente interno, também, que fará com que seja realizado o empenho necessário a fim de conquistar o que é preciso para vencer a si próprio, o que é capaz de ser mais difícil que tudo.

Além disso, essa acepção especial sobre esta arte poderá ser, em alguns momentos, o único sentimento que impulsionará infinitas tentativas, quando parecer que todas as situações estão na direção contrária.

Ressaltando que um trabalho de valor, na dança, só será feito se determinados elementos estiverem presentes, como a criatividade, o entusiasmo, a inspiração…

E esse algo a mais é que fará com que grande parte dos pensamentos fiquem voltados neste sentido, provocando, assim, o nascimento destes requisitos que são essenciais.

Somente com amor a dança é que a busca por ela transcenderá uma parcela dos questionamentos a esse respeito, do tipo: se isto está certo ou errado, ou se esta atividade trará retorno ou não.

Isso porque, apenas dessa maneira não faltarão compensações de nenhuma forma, pois a principal recompensa será a de continuar fazendo aquilo que sinceramente se acha – ou se sabe – que tem que ser feito.

 

 

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Gostaria de deixar um texto que me influenciou a escrever isso.

Embora ele não fale de dança, especificamente, talvez pela minha paixão por esta arte – igual à de muitas pessoas, que a enxergam em tudo – vi mais dança (e motivação) nele do que qualquer outra coisa.

 

então queres ser um escritor?

(Charles Bucowski. Tradução: Manuel A. Domingos)

se não sai de ti a explodir
apesar de tudo,
não o faças.
a menos que saia sem perguntar do teu
coração, da tua cabeça, da tua boca
das tuas entranhas,
não o faças.
se tens que estar horas sentado
a olhar para um ecrã de computador
ou curvado sobre a tua
máquina de escrever
procurando as palavras,
não o faças.
se o fazes por dinheiro ou
fama,
não o faças.
se o fazes para teres
mulheres na tua cama,
não o faças.
se tens que te sentar e
reescrever uma e outra vez,
não o faças.
se dá trabalho só pensar em fazê-lo,
não o faças.
se tentas escrever como outros escreveram,
não o faças.

se tens que esperar para que saia de ti
a gritar,
então espera pacientemente.
se nunca sair de ti a gritar,
faz outra coisa.

se tens que o ler primeiro à tua mulher
ou namorada ou namorado
ou pais ou a quem quer que seja,
não estás preparado.

não sejas como muitos escritores,
não sejas como milhares de
pessoas que se consideram escritores,
não sejas chato nem aborrecido e
pedante, não te consumas com auto-
— devoção.
as bibliotecas de todo o mundo têm
bocejado até
adormecer
com os da tua espécie.
não sejas mais um.
não o faças.
a menos que saia da
tua alma como um míssil,
a menos que o estar parado
te leve à loucura ou
ao suicídio ou homicídio,
não o faças.
a menos que o sol dentro de ti
te queime as tripas,
não o faças.

quando chegar mesmo a altura,
e se foste escolhido,
vai acontecer
por si só e continuará a acontecer
até que tu morras ou morra em ti.

não há outra alternativa.

e nunca houve.

Dança de Salão

A MÚSICA NA DANÇA DE SALÃO

Além da dança, há várias outras atividades que combinam com a música, como o estudo, a meditação, alguns exercícios físicos…

Sendo que também podem existir modalidades de dança que não precisam da música do jeito que esta geralmente é conhecida, ou que não a interpretam ou a utilizam do modo usual.

No entanto, acredito que a dança de salão depende quase que inteiramente da música no seu formato mais comum, porque é esta que propicia todo o ambiente para aquela acontecer.

Por este motivo, é muito importante que os dançarinos procurem desenvolver uma sensibilidade e uma consciência diferenciada sobre a música, a fim de conseguir identificar determinados elementos que são essenciais.

O que não significa buscar entender completamente os pormenores técnicos dela, mas sim tentar adquirir uma percepção que ajude quem dança a fazer o que se propõe de uma maneira ainda melhor.

Isto é imprescindível devido à ligação entre estas duas artes, a qual fica evidente desde os contatos iniciais que alguém tem com a dança, observando que uma das primeiras coisas que chamam a atenção em locais onde ela está presente, é justamente a música.

E é possível notar que instruções fundamentais a este respeito são passadas já no começo do processo de aprendizagem da dança, as quais serão valiosas em todas as fases que virão.

Explicando um pouco esta conexão, vê-se que logo depois de serem ensinados os movimentos básicos de dança, é provável que venham as orientações de como fazer estes dentro do ritmo da música.

Somente com isso, quem está assimilando a dança terá que conquistar a habilidade de escutar a música e detectar a batida ou qualquer nuance que caracterize o seu andamento.

Tal matéria tem um nível de complexidade (e de importância) relativamente grande – e é capaz de ser uma barreira difícil de ser ultrapassada – pois nos desdobramentos disto estão inseridas inúmeras informações essenciais.

Apenas reconhecendo a cadência de uma música, adquire-se a consciência do exato momento em que um movimento tem que ser feito, qual será a preparação para começar ou responder a ele, a influência disso na velocidade e no tamanho dos passos…

Cabendo falar que o conhecimento da música na dança de salão só tende a evoluir, considerando que, com o passar do tempo, a compreensão dela irá ficar cada vez maior e mais sutil.

Conforme o caso, após serem passadas as lições sobre o ritmo, é razoável supor que virão ensinamentos referentes à melodia da música, sendo esta, outro componente interessante de ser observado.

Nesta etapa – esclarecendo brevemente – pode-se dizer que a melodia provavelmente será evidenciada pelos instrumentos musicais (nas notas emitidas por estes) ou pela voz dos cantores.

Saber diferenciar o ritmo da melodia tem grande relevância, porque significa ter a opção de escolher em qual destes será dada certa ênfase no momento em que se dança.

Este discernimento, portanto, muda a forma que se ouve e se dança em muitos aspectos, visto que com isto será possível perceber que existem várias músicas dentro e uma só.

Junto a tudo o que foi dito, a música ainda apresenta diversos fatores igualmente indispensáveis à quem dança, do tipo: a atmosfera trazida por ela, os sentimentos e as sensações transmitidas, de que jeito é feita interpretação dos cantores, a maneira que são colocados os instrumentos…

Todas estas matérias irão influenciar completamente uma dança, observando que causarão, para ilustrar, mudanças nos corpos dos dançarinos, em técnicas específicas (como a condução, resposta…), etc.

Além disso, expressões e modos também podem ser alterados, tendo em vista que há músicas, por exemplo, que combinarão com uma dança entronizada e para o par, ou ficarão melhor se forem dançadas com mais extroversão, para que as pessoas assistam…

Concluindo, é pertinente afirmar que o que colabora muito no sentido de fazer da dança uma atividade única, com infinitas novidades e possibilidades, é a música, pois cada uma desta proporciona uma experiência exclusiva, semelhante a uma nova história a ser vivida.

Assim, com apenas os elementos que foram comentados, é possível ver que todo tempo disponibilizado para ouvir uma música, mesmo dentro de uma aula de dança, é bem aproveitado.

Dança de Salão

A DANÇA DE SALÃO E A EUFORIA

Euforia

Ao se falar em equilíbrio na dança de salão, talvez a ideia imediata que surja esteja ligada às questões físicas, tendo em vista a importância destas para se evoluir nesta atividade.  

Quando este termo for usado com esta compreensão, provavelmente ele virá acompanhado de temas mais técnicos, como transferência de peso, eixo, condução, resposta…

No entanto, o equilíbrio nesta arte, tem uma concepção ainda maior, visto que ele é igualmente necessário em assuntos que dizem respeito à mente, ao psicológico, ou algo assim.

Este significado mais amplo desta palavra é fundamental, pois a dança provoca emoções realmente intensas, as quais mexem muito com os seus praticantes.

Além disso, aprender a dançar, por um lado, é o equivalente a uma constante superação de obstáculos, os quais serão a razão de sentimentos verdadeiramente positivos ou negativos.   

Por isso, a fim de evitar que as pessoas que fazem parte deste mundo venham a ter pensamentos que extrapolem algum limite, o equilíbrio deve estar presente também nestes momentos.

E um dos principais motivos que ocasionam a desestabilidade na dança, neste entendimento, ocorre porque nela são encontradas situações novas, interessantes, diferentes…

Ou ainda, é possível que a dança ofereça exatamente o que alguém estava procurando há muito tempo, o que causa bastante empolgação ou encantamento em quem entrou para este universo.  

Essa grande alegria que a dança proporciona (principalmente nos iniciantes) é ótima, pois o objetivo desta arte é fazer com que todos sejam cada vez mais felizes.

Porém, se for gerado um entusiasmo extremo, que venha a passar da conta, corre o risco disso ser transformado em euforia ou alguma coisa parecida com isso.

Esta euforia atrapalhará quem está na dança em vários aspectos, e é até capaz de fazer com que alguém, por uma falha de raciocínio, venha a desistir dela.

Primeiro porque ela fará com que a dificuldade para aprender seja aumentada, sendo que a euforia traz consigo a ansiedade, a agitação, a inquietação, a pressa…

Tudo isso substitui, ainda, a calma, a paciência, a capacidade de se concentrar, de prestar atenção, ressaltando que estes quesitos são indispensáveis para aprender a dançar.

Junto ao que foi colocado, acredito que a euforia tende a não durar muito tempo – por ser cansativa, desgastante, etc. – e logo virá novamente o mesmo humor que se tinha antes de entrar para a dança.

Só que este estado normal, ao ser comparado com o anterior, pode parecer pior do que realmente é, considerando que ele foi precedido por um pico de sentimentos.

Ou seja, a sensação deixada após a euforia ter ido embora se compara a uma “ressaca,” como acontece, por exemplo, na volta das férias, após uma vitória, nas segundas-feiras…

Aí, a idéia que sobrou em relação à dança não seria o suficiente para as pessoas permanecerem nela, visto que ficariam frustradas por aquela felicidade em grau altíssimo não ter sido mantida.  

Claro, as grandes emoções na dança são inevitáveis, e necessárias inclusive, pois é isso que faz desta arte o que ela é, a qual é capaz de modificar vida das pessoas e deixar esta mais intensa.

E não seria o caso de tentar suprimir todos os sentimentos trazidos pela dança ou considerá-los irreais, mas sim procurar identificá-los para lidar com eles da melhor forma.

Somente com este auto-conhecimento e auto-domínio adquirido a partir disso é que virá a tranqüilidade para progredir sempre, e só assim é que a dança trará benefícios de uma maneira constante e permanente, sendo esta mais uma das lições que ela ensina.  

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